17/05/2016 - Tamar faz pesquisa em uma importante área de alimentação desta espécie. Leia mais. ↓
O Projeto Tamar faz um trabalho de monitoramento e pesquisa em uma área de alimentação de tartarugas marinhas na Praia do Forte/BA apelidada de Pedra da Tartaruga. As saídas de captura intencional trazem semanalmente informações importantes para a conservação desses animais ainda ameaçados de extinção. Em embarque ocorrido no início de maio, dentre as oito tartarugas que vieram na rede, cinco foram recapturas, e uma delas tinha sido marcada pelo Tamar em janeiro de 1996, em uma área de desova na Ilha da Trindade/ES.
A bióloga do Tamar responsável pela atividade, Adriana Jardim, conta que a região vem se mostrando uma importante área de alimentação para alguns indivíduos adultos de tartaruga-verde (Chelonia mydas) que têm a ilha da Trindade-ES como área de desova. Através da genética, sabemos que os animais juvenis dessa espécie, que se alimentam em toda a costa brasileira, nascem e vêm principalmente da Ilha de Ascensão, no meio do oceano Atlântico, e depois fixam suas áreas de alimentação em zonas costeiras do Brasil.
“Nosso próximo desafio é entender se os animais adultos têm a mesma origem que os menores, como por exemplo essa tartaruga capturada no início de maio. Estudos de genética poderão revelar um pouco mais sobre os adultos que passam pela Praia do Forte”, explica a bióloga.
Captura intencional - O Tamar iniciou em 1990 o Programa de Captura Intencional de Tartarugas Marinhas em Fernando de Noronha/PE; no ano 2000 em Vitória/ES, e em 2009 na Praia do Forte/BA. Com o objetivo de identificar áreas de alimentação e estudar parte do ciclo dos animais no mar, o trabalho traz dados essenciais para compor avaliações do estado de conservação das espécies.
A equipe da Praia do Forte utiliza rede de nylon para capturar as tartarugas, que são medidas, pesadas, fotografadas e ainda coleta-se tecido para futuras análises genéticas de animais maiores que 70 cm de comprimento curvilíneo de carapaça. Neste embarque no início de maio, uma das tartarugas capturadas intencionalmente tinha nas nadadeiras cicatrizes de que havia recebido as marcas de metal, porém as havia perdido. Neste caso, o trabalho de fotoidentificação foi importante para que se pudesse confirmar a identidade da tartaruga que tinha sido marcada em 2013 nesta mesma área de alimentação.
Esta foi a 3ª vez que, através dos grampos marcadores colocados nas tartarugas, obteve-se evidência de que fêmeas adultas que desovam na Ilha da Trindade podem utilizar o litoral norte da Bahia como área de alimentação, e o caminho inverso também foi registrado, ou seja, tartarugas marcadas na Praia do Forte foram vistas na Trindade. Nesses sete anos de pesquisa na região foram registrados dados gerais de crescimento anual para as tartarugas que frequentam o litoral norte baiano (cerca de 3.0 cm/ano), passou-se a conhecer melhor os intervalos de captura (que variaram de 7 a 1.218 dias) e conseguiu-se comprovar que esta área é mista em relação ao tamanho dos indivíduos, pois possui animais de todos os tamanhos, juvenis e adultos, o que reforça ainda mais sua importância para conservação.
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