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Tartarugas Marinhas
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A viagem das tartarugas Olivas

Os estados de Sergipe e Bahia compreendem as principais praias de desova das tartarugas marinhas Lepidochelys olivacea no Brasil. Entre fevereiro de 2014 e março de 2015, 40 L. olivacea foram equipadas com transmissores da plataforma Argos. Através do uso de técnicas de modelagem aplicadas aos dados de localização de Argos/FASTLOCK se pode investigar a ecologia espacial dos animais e identificar áreas de alimentação e movimentos migratórios. A técnica consiste em analisar o padrão dos pontos produzidos ao longo do rastreamento do animal de maneira a saber se ele segue em velocidade constante andando em uma direção ou se ele passa a andar em várias direções aleatórias numa mesma região. Assim é possível determinar quando o animal está parado em uma área em sua fase de alimentação ou de reprodução ou se ele segue viajando em sua rota de migração entre estas áreas. No período entre os ninhos elas permaneceram na plataforma continental do sul do estado de Alagoas até o norte da Bahia, totalizando 7.244 km² de área de uso do grupo que foi rastreado. Permaneciam costeiras e geralmente se estendiam até 22 km da costa ou até 50 m de profundidade.

Ao saírem da área de reprodução suas rotas migratórias foram diferentes. Haviam tartarugas que se dirigiam para o norte até a região da Guiana Francesa que seguiram sempre por dentro da plataforma continental. Outro grupo seguiu para o sul e se estabeleceu na região sul sudeste da plataforma continental brasileira e um terceiro grupo que se dirigiu ao norte, mas ao passar pela costa do Rio Grande do Norte tomou águas oceânicas e estabeleceram áreas de alimentação na África Ocidental ao largo de países africanos de Cabo Verde, Senegal, Gâmbia, Guiné-Bissau e Serra Leoa. Os resultados demonstraram a complexidade dos movimentos das tartarugas cabeçudas que utilizam as praias em Sergipe para desovar, levantaram questões sobre conectividade e destacaram ameaças como pescarias, portos e campos de exploração de petróleo e gás, sobrepostos ou próximos a áreas de alto uso para esta espécie.

Os resultados podem ser usados como base para medidas de gestão espacial para proteger esta espécie ameaçada de extinção. Você poderá saber mais consultando a publicação de referência.

 

Você pode se aprofundar nestes resultados nos links das publicações

http://www.tamar.org.br/publicacoes_html/pdf/2011/2011_Satellite_tracking_reveals_multiple_foraging_strategies.pdf

http://www.tamar.org.br/publicacoes_html/pdf/2019/2019_Olive_ridley_inter_nesting_and_post_nesting_movements.pdf

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