Os Desafios da Poluição Luminosa e os Impactos sobre as Tartarugas Marinhas

04/02/2025 - A poluição luminosa representa um dos principais desafios para a conservação das tartarugas marinhas, especialmente nas regiões litorâneas que enfrentam intensa ocupação humana. ↓

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Além de afetar esses animais, a poluição luminosa impacta a saúde humana e outros organismos, tornando-se um problema ambiental e social de grande relevância. Um dos principais desafios neste contexto é a mudança cultural na sociedade, que precisa compreender os efeitos da poluição luminosa e adotar práticas mais sustentáveis. Para alcançar essa meta, são essenciais políticas públicas adequadas e um esforço coletivo significativo, que possibilitem a implementação efetiva de tais mudanças.

Com o intuito de promover essa conscientização, o Centro Nacional de Pesquisa e Conservação das Tartarugas Marinhas e da Biodiversidade do Leste do ICMBio (Centro TAMAR/ICMBio) organizou, em novembro de 2024, em Salvador/BA, o workshop "A Fotopoluição e as Tartarugas Marinhas". O evento reuniu pesquisadores, profissionais do setor público e privado, estudantes e especialistas em arquitetura e urbanismo.

A Fundação Projeto Tamar, que atua na região de Salvador e no litoral norte da Bahia, participou do evento apresentando uma palestra sobre os aspectos biológicos das tartarugas marinhas. A palestra destacou os efeitos da luz no ciclo de vida desses animais e compartilhou o conhecimento atual sobre a questão.

O workshop se configurou como um marco no debate sobre os efeitos da iluminação inadequada nas áreas de desova de tartarugas marinhas e resultou em propostas concretas para o Conselho de Arquitetura e Urbanismo (CAU). Dentre as sugestões, destaca-se a exigência de um responsável técnico para os projetos luminotécnicos em áreas de desova e a divulgação de uma lista de profissionais especializados no tema. Ademais, os participantes colaboraram na elaboração de um documento técnico com Diretrizes para Mitigação da Poluição Luminosa em Praias de Desova de Tartarugas Marinhas, que está sendo desenvolvido pelo Centro TAMAR/ICMBio e deve ser lançado ainda este ano.

É importante ressaltar a participação da empresa G-Light, que possui uma fábrica de lâmpadas em Feira de Santana, Bahia. Após o workshop, pesquisadores da Fundação Projeto Tamar visitaram a fábrica para avaliar possibilidades de colaboração e buscar soluções conjuntas para mitigar os impactos da poluição luminosa. Durante a visita, a equipe conheceu o laboratório e a linha de produção da G-Light, onde foram realizados testes com as lanternas utilizadas atualmente no manejo das tartarugas marinhas nas praias. O objetivo foi identificar quais modelos emitem a luz mais adequada e como o uso de filtros de cores pode minimizar os impactos sobre os animais. Além disso, discutiu-se a possibilidade de utilizar o laboratório da fábrica no futuro para verificar o espectro de luz gerado por diferentes fontes luminosas, permitindo uma análise mais precisa das alternativas disponíveis no mercado.

Nos próximos meses, a Fundação Projeto Tamar continuará com esse processo, desenvolvendo estudos para avaliar o comportamento dos filhotes frente a diferentes fontes de iluminação. Diversos testes serão realizados para fundamentar ações e políticas públicas voltadas à mitigação da poluição luminosa em áreas críticas.