A Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas do ICMBio é um sistema de avaliação que identifica e categoriza espécies da fauna brasileira ameaçadas de extinção, com o objetivo de subsidiar políticas públicas de conservação. A sua importância estratégica reside na identificação das espécies em risco, na definição de áreas prioritárias para proteção, no alerta aos governos e à sociedade sobre a vulnerabilidade da biodiversidade e na orientação de ações de conservação, como os Planos de Ação Nacional (PANs). 

Para a confecção da lista brasileira de espécies ameaçadas utiliza-se a metodologia da Lista Vermelha da IUCN (União Internacional para a Conservação da Natureza), com seus critérios e também a mesma categorização, sendo que o status de determinadas espécies pode variar de acordo com a realidade regional.
Quanto às categorias são elas : Criticamente em Perigo (CR), Em Perigo (EN), Vulnerável (VU), Quase Ameaçada (NT), Pouco Preocupante (LC), Extinta na Natureza (EW) e Extinta (EX).

No caso das tartarugas marinhas, após o ultimo ciclo de revisão em  2018 e através da Portaria do Ministério do Meio Ambiente MMA nº 148/2022, as cinco espécies que existem no Brasil ficaram enquadradas nas seguintes categorias: 

- Tartaruga-cabeçuda (Caretta caretta): Classificada como ameaçada de extinção.
- Tartaruga-de-pente (Eretmochelys imbricata): Classificada como ameaçada de extinção.
- Tartaruga-oliva (Lepidochelys olivacea): Classificada como ameaçada de extinção.
- Tartaruga-de-couro (Dermochelys coriacea): Continua como "Criticamente em Perigo", sendo uma das espécies que mais requer atenção e intensificação das ações de conservação. 
- Tartaruga-verde (Chelonia mydas): Saiu da lista de espécies ameaçadas de extinção e foi reclassificada para a categoria "quase ameaçada”, embora dependente de ações contínuas de conservação. Os esforços de proteção, incluindo mais de 40 anos de atuação do Projeto TAMAR, contribuíram para essa melhoria no estado de conservação desta espécie.

 

Contudo, é importante salientar que, apesar da mudança na classificação da tartaruga-verde, todas as espécies ainda enfrentam ameaças como poluição, captura acidental em atividades de pesca e degradação de áreas de desova, assim como as mudanças climáticas.

Sobre os critérios utilizados para elaboração da lista de espécies ameaçadas , é utilizada uma metodologia baseada em cinco principais, que incluem a redução populacional, distribuição geográfica restrita e declínio, população pequena com declínio, população muito pequena ou distribuição muito restrita, e análise quantitativa de risco de extinção. A avaliação é realizada em padrões internacionais, com atualização de grupos de espécies anualmente e revisão geral a cada cinco anos. 

As listas são atualizadas  sendo as espécies avaliadas em grupos específicos a cada ano. Uma revisão completa de todas as espécies listadas é realizada a cada cinco anos e avaliações em caráter excepcional podem ocorrer se novas informações consistentes surgirem, alterando significativamente o risco de extinção de uma espécie, o que pode resultar na sua entrada ou saída da lista.  

A última Oficina de Avaliação ocorreu em 2018, sendo o seguinte Resumo Executivo da mesma : 

Coordenação Técnica : Centro TAMAR / ICMBio
Instituições Parceiras: Fundação Projeto Tamar, Cepnor/ICMBio, NEMA-RS, UEL-PR, UFAL, UFRN, Instituto Tartarugas do Delta, Biota Alagoas
Especialistas avaliadores: Biólogos marinhos, oceanógrafos, taxonomistas especialistas nas cinco espécies
Produção técnica  : Relatórios científicos com autorias de pesquisadores vinculados ao ICMBio e à Fundação Projeto Tamar

 

Agora os especialistas estão se preparando para a realização do próximo importante seminário de atualização da lista vermelha para as   tartarugas marinhas, para avaliar possíveis mudanças no status de conservação para as cinco espécies que existem no Brasil, e consequentemente conduzir as melhores ações para manutenção dessas populações.