26/06/2020 - Mesmo sem cobertura integral dos 12 meses do ano, o número de desovas e de filhotes protegidos ultrapassou as expectativas. ↓
A última temporada reprodutiva das tartarugas marinhas (agosto/2019 a 23 de março/2020) atingiu bons resultados. O monitoramento das praias deveria ter sido estendido até final do mês de julho, mas as equipes recuaram em função das medidas de segurança adotadas devido à COVID-19. Mesmo sem cobertura integral dos doze meses do ano, o número de desovas e de filhotes protegidos ultrapassou as expectativas.
O Projeto Tamar/Fundação Pró-Tamar, nestes 40 anos de existência, vem empregando ações de conservação, inclusão social e educação ambiental de forma contínua e ininterrupta ao longo de 1.100 quilômetros de praias do litoral e das ilhas oceânicas. Cooperações técnicas com universidades e instituições do Brasil e do exterior são conduzidas para gerar conhecimento e garantir a adequação das estratégias de conservação nas principais praias de reprodução e de alimentação.
O litoral dos estados de Rio Grande do Norte, Sergipe, Bahia, Espírito Santo Rio de Janeiro, e das ilhas oceânicas de Fernando de Noronha-PE e Trindade-ES registraram quase 24.500 desovas e o nascimento de mais de 2 milhões de filhotinhos. Resultado dos esforços contínuos de conservação e pesquisa, das atividades de sensibilização e de educação ambiental desenvolvidas em todas as bases e centros de visitantes, associações de pescadores, empreendimentos e programas específicos realizados com as comunidades locais do entorno das praias de desovas e de alimentação das tartarugas marinhas.
As populações das cinco espécies de tartarugas marinhas que se reproduzem no Brasil estão apresentando sinais de recuperação, observados através dos totais de desovas registradas a cada temporada: tartaruga-oliva (Lepidochelys olivacea), tartaruga-cabeçuda (Caretta caretta), tartaruga-de-pente (Eretmochelys imbricata), tartaruga-de-couro (Dermochelys coriacea) e tartaruga-verde (Chelonia mydas).
A resposta das populações ao programa contínuo de conservação só foi possível graças ao apoio e envolvimento de toda a sociedade. As comunidades costeiras mudaram o comportamento ao longo dos anos e passaram de predadores a aliados. E a sociedade de forma geral também está sensibilizada e aliada à causa conservacionista. Os centros de visitantes e as bases de pesquisa recebem cerca de 1 milhão visitantes/ano, num sinal de adesão e comprometimento com a sobrevivência destas espécies, embaixadoras dos mares.
Este envolvimento e comprometimento já alcançou resultados essenciais à conservação. Mas outras etapas ainda precisam ser ultrapassadas. As fêmeas e desovas das tartarugas marinhas não são mais alvos de predação intencional. Hoje, as ameaças estão associadas principalmente às capturas não intencionais pelas pescarias costeiras e oceânicas e pelo desenvolvimento costeiro (iluminação artificial, trânsito de veículos e descaracterização das praias são ameaças).
Apenas entre janeiro e abril de 2020, mais de 700 tartarugas marinhas encalharam nas praias monitoradas pelo Projeto Tamar/Fundação Pró-Tamar. A tartaruga-oliva (Lepidochelys olivacea) e tartaruga-verde (Chelonia mydas) tiveram maior representatividade (90% do total de encalhes). A maioria das tartarugas-olivas encalhadas pertenciam à fase de vida adulta, o que representa uma grande perda aos estoques reprodutivos. Os principais programas educativos e pesquisas aplicadas visam à redução das principais ameaças, para garantir que as populações continuem a cumprir o ciclo da vida. Faça parte desta história e ajude a proteger as tartarugas marinhas. Acesse as mídias sociais, acompanhe os resultados que vem sendo divulgados e dê sua opinião sobre as principais ações desenvolvidas.
Proteger as desovas, promover a sobrevivência e a recuperação das populações das cinco espécies de tartaruga marinha que ocorrem no Brasil, mantendo-as em níveis saudáveis e capazes de cumprir suas funções ecológicas é o principal objetivo do Projeto TAMAR/Fundação Pró-Tamar.
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