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Especialistas se reúnem na Praia do Forte para discutir erosão costeira e proteção das tartarugas marinhas

08/12/2025 - Dois dias com muita informação e troca de conhecimento para criar um plano de ação. ↓

A Praia do Forte recebeu, nos dias 24 e 25, um encontro decisivo para o futuro do litoral norte da Bahia. O Workshop sobre Erosão Costeira e Impactos às Tartarugas Marinhas e Praias de Desova reuniu pesquisadores, gestores públicos, organizações ambientais e moradores da região para discutir como o avanço do mar afeta as praias e a sobrevivência das tartarugas marinhas.

O evento foi organizado pelo Centro Tamar/ICMBio e pela Secretaria do Meio Ambiente da Bahia (SEMA), com apoio de universidades e instituições ambientais como a Fundação Projeto Tamar, o Conselho de Arquitetura e Urbanismo da Bahia (CAU), a UNEB, a UFBA e o Instituto Baleia Jubarte, que sediou o encontro. Cerca de 100 pessoas participaram presencialmente, e a programação também foi transmitida pelo YouTube.


Primeiro dia: entendendo a erosão e seus impactos

O primeiro dia foi dedicado a explicar o que está acontecendo com a linha de costa brasileira e por que isso preocupa especialistas e moradores. Pesquisadores do Centro Tamar/ICMBio e da Fundação Projeto Tamar mostraram como o avanço do mar compromete áreas de desova e afeta diretamente o ciclo de vida das tartarugas marinhas. O avanço do mar causa perda de habitat reprodutivo, forçando estes animais a procurarem outras áreas para reprodução ou terem seus ninhos perdidos pela ação das marés. A erosão da costa pode levar ainda a alterações na composição dos sedimentos nas praias, com potenciais impactos na temperatura de incubação dos ovos.

Especialistas também apresentaram um panorama da erosão no Brasil e na Bahia, mostrando que se trata de um processo natural, porém agravado por ocupações muito próximas ao mar. Outro debate importante envolveu as dificuldades legais e administrativas da gestão costeira, que exige maior integração entre estados, municípios e governo federal.

À tarde, mesas-redondas reuniram representantes de instituições de pesquisa, órgãos ambientais, prefeituras e Ministério Público Federal para discutir caminhos e desafios — tanto em âmbito nacional quanto no litoral norte da Bahia.


Segundo dia: planejando o futuro do litoral

O segundo dia trouxe discussões sobre planejamento territorial e urbano. A professora Lirandina, da UNEB, destacou a importância de políticas públicas integradas para prevenir impactos e reduzir riscos associados ao avanço do mar.

Os participantes também se dividiram em grupos de trabalho para formular recomendações e estratégias práticas. Esse conjunto de propostas será consolidado pelo Centro Tamar e servirá como base para ações futuras de prevenção e adaptação às mudanças costeiras.


Erosão costeira: um processo natural com impactos crescentes

Ao longo do workshop, os especialistas reforçaram um ponto fundamental: a erosão costeira sempre existiu. O problema surge quando áreas urbanizadas, condomínios e hotéis são construídos muito próximos ao mar — algo comum ao longo do litoral brasileiro. Quando o mar avança, essas estruturas ficam vulneráveis.

Outro fator importante é a mudança no regime dos rios. Quando eles chegam ao mar com menos água e menos sedimentos, a praia perde sua capacidade de renovação natural, acelerando a erosão. O caso do rio São Francisco foi lembrado como exemplo crítico.


Soluções discutidas: afastar construções, planejar melhor e recuperar a restinga

Entre as soluções apresentadas, algumas se destacaram:

1. Afastamento de construções das áreas vulneráveis

A Bahia já possui uma regra que prevê uma faixa não edificável de 60 metros a partir da linha de pré-mar. Porém, os participantes apontaram a importância de padronizar e esclarecer como essa medida deve ser aplicada para garantir sua efetividade.

2. Políticas públicas integradas e melhor planejamento

Os especialistas reforçaram a necessidade de fortalecer o licenciamento, a fiscalização e a cooperação entre instituições públicas, universidades e comunidades locais.

3. Preservação e recuperação da restinga

A restinga — vegetação típica das áreas costeiras — foi apontada como uma das principais aliadas no enfrentamento da erosão.

Ela atua como uma barreira natural, ajudando a estabilizar dunas, reter sedimentos e reduzir o impacto das ondas. Recuperar trechos degradados e proteger áreas de restinga ainda preservadas é essencial para manter o equilíbrio das praias e oferecer um ambiente mais seguro para a fauna, incluindo as tartarugas marinhas.

Além da função ecológica, a restinga também contribui para a adaptação às mudanças climáticas, ajudando a mitigar efeitos de tempestades e ressacas.

 

Para assistir o conteúdo completo do workshop acesse os links:

https://www.youtube.com/watch?v=zgbMBhRAsdY

http://www.youtube.com/live/hmrqCjtw-4U?si=YWyyEmw8nByS4dmX

 

 

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