05/06/2012 - O trabalho de captura intencional de tartarugas marinhas na Praia do Forte/BA, começa a trazer as primeiras contribuições sobre a agregação de tartarugas verdes que frequentam a região. ↓
O trabalho de captura intencional de tartarugas marinhas na Praia do Forte/BA, iniciado em 2009, começa a trazer as primeiras contribuições sobre a agregação de tartarugas verdes (Chelonia mydas) que frequentam a região para se alimentar. Dados coletados revelam a fidelidade da espécie ao sítio de alimentação. Indicam ainda que os animais capturados na Bahia são juvenis, sub-adultos e adultos, diferente de outras regiões no Brasil, como São Paulo e Espírito Santo, onde a maioria é de juvenis.
O Tamar iniciou em 1997 o Programa de Captura Intencional de Tartarugas Marinhas em Fernando de Noronha/PE; no ano 2000 em Vitória/ES, e em 2009 na Praia do Forte/BA. Com o objetivo de identificar áreas de alimentação e estudar parte do ciclo dos animais no mar, o Programa traz dados essenciais para compor avaliações do estado de conservação das espécies.
Na Praia do Forte, numa área de alimentação para as tartarugas verdes, avistadas durante o ano todo, o trabalho de captura intencional acontece com o apoio de um dos pescadores mais antigos e experientes da região, Zé Mero. Na ‘Pedra da Tartaruga’, como é conhecida a localidade, as capturas são realizadas uma vez por semana com auxílio de rede de nylon adaptada para não ferir os animais. A rede é jogada em uma área específica e monitorada pelos pesquisadores durante o período em que fica na água (cerca de 20 minutos). Quando é suspensa, as tartarugas (com uma média de 2 a 3 indivíduos por lance de rede) são embarcadas para o registro de dados biométricos, marcação, e coleta de tecido para análises genéticas, e depois, devolvidas ao mar. As informações são registradas no banco de dados nacional. Estudantes da Universidade Federal da Bahia (UFBA) vem acompanhando a atividade regularmente através de uma parceria entre a base da Praia do Forte e a instituição. De junho de 2009 até março de 2012, foram realizadas 202 capturas, sendo destas, 14 recapturas, ou seja, tartarugas já marcadas no mesmo local, em outros anos, que retornaram.
No dia 16 de maio, uma captura de 7 tartarugas verdes (Chelonia mydas) em apenas um lance de rede surpreendeu os pesquisadores e os turistas que puderam acompanhar o trabalho na Praia do Forte. Foi preciso que toda a equipe da base estivesse envolvida na marcação, pesagem, coleta de tecido e biometria de tantos animais ao mesmo tempo. Duas das tartarugas capturadas eram adultas, sendo que uma delas chegou perto dos 230 kg. As capturas e o trabalho de marcação podem trazer informações importantes sobre possíveis destinos migratórios, crescimento, residência e mortalidade dos animais. Neste recente acontecimento, os pesquisadores alertaram para o poder de destruição que apenas uma rede pode causar, capturando vários indivíduos ao mesmo tempo, uma das tantas ameaças à vida das tartarugas marinhas que continuará sendo combatida.
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