07/11/2013 - Pesquisadores da James Cook University e do Projeto Tamar instalaram equipamentos em praias de cinco estados brasileiros. ↓
Para analisar os impactos das mudanças climáticas sobre as populações de duas espécies de tartarugas marinhas, cabeçudas e de pente, na costa brasileira, equipes do Projeto Tamar do RN, SE, BA, ES, RJ e a pesquisadora Mariana Fuentes da James Cook University/Austrália, instalaram 60 aparelhos para medir temperatura e umidade nas praias desses cinco estados onde o Tamar tem bases de pesquisa e conservação. O estudo, com duração de 3 anos,vai gerar dados que serão comparados a informações de mais de 20 anos de pesquisa sistematizada sobre tartarugas marinhas no Brasil. Os resultados das análises vão ajudar a criar estratégias de conservação para enfrentar os eventos climáticos que possam vir a afetar as tartarugas.
As tartarugas marinhas têm várias fases de seu ciclo de vida expostas aos efeitos do clima. O estudo pretende dar as primeiras pistas para ajudar a compreender o grau de adaptação desses animais às transformações do ambiente e mostrar caminhos que possam diminuir impactos no futuro, como explica a coordenadora de pesquisa e conservação do Projeto Tamar, oceanógrafa Neca Marcovaldi. As espécies de tartarugas marinhas vêm se adaptando ao planeta há 150 milhões de anos, o clima se transformou severamente nesse tempo. Sabemos, por exemplo, que o sexo das tartarugas é definido pela temperatura da areia. Se a temperatura da Terra subir muito, podemos ter populações de tartarugas somente com fêmeas, e isso pode afetar negativamente a sobrevivência das espécies.
Mariana Fuentes instalou com as equipes do Tamar os equipamentos nas praias e contou que as diversas ameaças a que estão expostas as tartarugas marinhas também são consideradas na pesquisa, que avaliará o entorno onde estão os medidores (ou dataloggers, como denomina), características de cada praia, do grão de areia aos fatores antrópicos que interagem com os animais. É a primeira vez que tantos equipamentos como estes são utilizados em uma pesquisa sobre tartarugas marinhas. Mariana é bolsista de pós-doutorado no ARC Centre of Excellence for Coral Reef Studies, James Cook University, na Austrália e contou com o auxílio da Fundação Pró-Tamar e do Programa Ciência Sem Fronteiras dos Ministérios da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e do Ministério da Educação (MEC) do Brasil.
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