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Pesquisa sobre fotopoluição acompanha filhotes no RJ

31/01/2014 - O Tamar quer saber qual é a influência da luz artificial sobre filhotes de tartarugas cabeçudas quando estão no mar. Leia mais. ↓

Pesquisa sobre fotopoluição acompanha filhotes no RJ

Filhotes de cabeçudas

O Tamar quer saber qual é a influência da luz artificial sobre filhotes de tartarugas cabeçudas (Caretta caretta) quando estão nadando, logo nos primeiros dias de vida. Os pesquisadores estão na baia de Tatagiba, município de São Francisco de Itabapoana/RJ, onde a fotopoluição ocorre em altos níveis, observando o comportamento das tartaruguinhas. No início de 2013, foi realizado um mapeamento de áreas em terra mais afetadas pela fotopoluição na região. O objetivo deste segundo momento da pesquisa é colher dados para análise e testar hipóteses com os filhotes no mar. Em março/2014, os mesmos testes serão feitos na Praia do Forte/BA.

A equipe das bases do Rio de Janeiro, Bahia e da Fairfield University (EUA) desenvolvem desde o início de janeiro/2014 o trabalho de campo em um cenário margeado pela luz da cidade de Atafona, do lado sul, passando pelo palco dos shows de verão de Santa Clara, até chegar na pequena rua do condomínio em Tatagiba. Este trecho tem poucos pontos sem iluminação artificial, conta o biólogo do Tamar, Paulo Lara. Pelo norte, o horizonte é escuro. Os testes consistem em seguir os filhotes, observando que direção tomam.


Os pesquisadores seguem os filhotes no mar por 15 a 20 minutos cada um.

Praia escura, praia segura - Quando saem do ninho, os filhotes de tartarugas marinhas se guiam pela fonte luminosa mais intensa. Em condições naturais, o horizonte marinho é sempre o que mais ilumina. Por isso, a iluminação artificial (de postes, carros e casas) coloca em risco a vida das novas tartaruguinhas. Elas se desorientam e acabam seguindo a luz artificial, morrendo logo em seguida, por desidratação, cansaço ou atropelamento, além de ficarem mais expostas a ação de predadores naturais. A fotopoluição prejudica os filhotes e também as tartarugas marinhas adultas, que se desorientam quando sobem à praia para desovar e acabam retornando ao mar sem depositar seus ovos.

O Tamar atua na região norte fluminense desde 1992. A Base da Bacia de Campos, localizada no Farol de São Thomé, monitora aproximadamente 105 km de praias, abrangendo os municípios de Campos dos Goytacazes, São João da Barra e São Francisco de Itabapoana (onde está a baía de Tatagiba). É área de alimentação para as cinco espécies de tartarugas marinhas que ocorrem no Brasil e de reprodução para a tartaruga cabeçuda (Caretta caretta). Na última temporada reprodutiva 2012/13, a Base Bacia de Campos protegeu mais de 1.600 desovas e liberou ao mar aproximadamente 142 mil filhotes.

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