14/04/2015 - Esforços para desvendar o comportamento migratório de tartarugas marinhas em estágio inicial de vida. Leia mais. ↓
Desvendar o comportamento migratório de tartarugas marinhas em estágio inicial de vida é o objetivo de uma das pesquisas em andamento no Tamar, em parceria com a Universidade Atlântica da Flórida, sob a coordenação da pesquisadora Kate Mansfield, e com apoio do NOAA (National Oceanic and Atmospheric Administration). Uma nova etapa do estudo iniciado em 2012 indicará alguns aspectos sobre o comportamento de duas espécies ameaçadas de extinção que desovam no litoral brasileiro.
As primeiras tartaruguinhas cabeçudas (Caretta caretta) foram para o mar em novembro de 2012, a 10 km da costa da Praia do Forte, na Bahia. Depois, em abril, julho e novembro de 2013, aconteceram mais solturas totalizando 15 animais monitorados por satélite. Agora, em março de 2015, cinco da espécie tartaruga-de-pente (Eretmochelys imbricata) também foram liberados com transmissores.
Apesar de décadas de estudo, pouco se sabe sobre os estágios iniciais de vida das tartarugas marinhas em águas oceânicas, período nomeado pelos pesquisadores como “Anos Perdidos”. Saber para onde elas vão e identificar as áreas de berçário é fundamental para a conservação e o manejo dessas espécies. A coordenadora nacional de pesquisa e conservação do Projeto Tamar, oceanógrafa Neca Marcovaldi, explica que "experimentos como o que estamos fazendo no Brasil foram realizados nos Estados Unidos e constataram que tartaruguinhas nascidas na Flórida (de julho a dezembro) viajam mais rápido quando coincidem com as correntes do Golfo e o Giro Subtropical do Atlântico Norte. Elas selecionam habitats na superfície do mar como refúgio e não são passivas em relação às correntes, nadando em várias direções, o que influencia na rota e no destino".
Já as tartarugas cabeçudas do litoral norte da Bahia nascem de novembro a maio e estão sujeitas a muitas variações do sentido e intensidade das correntes. As que foram soltas em 2012, 2013 e 2015, até agora, seguiram no mesmo sentido das correntes. Resultados preliminares mostram que as trajetórias iniciais das tartaruguinhas que nascem no Brasil são paralelas à costa (ao longo do talude continental), e na Flórida elas seguem para águas oceânicas.
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